

Em um de seus momentos de lazer no Belize, onde os pais têm uma casa, a médica veterinária Eloisa ficou bastante preocupada com o que viu. Assim, ela e seu namorado, também médico veterinário, passaram algumas dicas para os condôminos aproveitarem mais seu lazer, enquanto valorizam a saúde de seus animaizinhos.
O calor
Praia é realmente algo maravilhoso. Aproveitar o calor, sol, areia e mar faz com que muitos renovem as energias com apenas poucas horas nesse ambiente. Inclusive, é muito comum levarmos familiares e amigos para as férias na praia, e, no meio dessa turma, sempre tem o integrante pet da família. Será que nossos animais de estimação podem aproveitar normalmente a praia como nós humanos?
Primeiramente, é importante ressaltar que animais são animais e pessoas são pessoas. Apesar de considerarmos nossos pets como parte da família, temos de lembrar que seu organismo é bem diferente do organismo de um ser humano.
Veja, então, a primeira dica importante: nunca devemos passear com nossos cachorros, ou gatos, ou coelhos, qualquer animal, durante as horas mais quentes do dia! Muito menos deixá-los trancados em ambientes fechados como carros!
A termorregulação dos animais, ou seja, a maneira de regular a temperatura do corpo, é semelhante à nossa. Quando estamos com muito calor, nosso corpo produz o suor a fim de expulsar calor por meio da evaporação.
Os pequenos animais, como cães e gatos, também realizam a termorregulação por evaporação, mas eles praticamente não produzem suor como nós (a produção é bem pouca e quase que irrelevante), e realizam esse processo de troca de calor por meio da respiração.
Por isso é muito comum nossos cães ficaram ofegantes durante um passeio ou em um dia quente, pois estão querendo jogar o calor fora. Gatos costumam acelerar a respiração para perder calor e não ficam ofegantes com facilidade (aliás, gato respirando de boca aberta é sinal de que alguma coisa possa estar errada).
Todo animal deve ser monitorado no calor, mas o alerta vermelho grita nos animais braquiocefálicos, que são os que têm um focinho mais achatado (Pugs, Bulldogs, Shithzus, Persas, dentre outros), pois estes têm uma respiração mais complexa por conta da anatomia e, assim, têm uma dificuldade maior de trocar calor. Outro fator, como a obesidade, também pode influenciar na troca de calor, isso em qualquer animal.
Juntando a temperatura muito alta, com o exercício físico que é o caminhar, os animais podem entrar no que chamamos de hipertermia, que seria uma febre extremamente alta, mas em vez de ser infecciosa, ocorre devido ao calor intenso.
A hipertermia é considerada uma emergência, pois o corpo não foi feito para suportar temperaturas muito altas; isso traz prejuízos para o organismo do animal e pode inclusive levar a óbito. Portanto se seu animal andou em temperaturas muito quentes e agora apresenta dificuldade respiratória, presença de língua roxa, ou até desmaios, ele deve ser socorrido por um veterinário.
Outro ponto importante a considerar em relação a altas temperaturas são as patinhas. Os animais têm coxins, que são as “almofadinhas” embaixo dos dedos; estes são sensíveis e possuem uma pele bem fina. Portanto, os animais podem queimar as patinhas (bem feio, aliás) quando pisam em solo muito quente, o que é muito comum em calçadas ou ruas durante o verão.
O teste indicado é sempre o tutor, isto é, você colocar seu pé descalço na calçada ou chão (em que esteja batendo o sol!). Verifique se você suportaria andar descalço. Se a resposta for sim, pode deixar seu pet andar à vontade, mas se a resposta for negatva, melhor esperar algumas horas para o passeio.
Eloisa Sanitá Silva
Médica Veterinária
Vem por aí: Amanhã publicaremos várias dicas da Médica Veterinária Eloisa Sanitá Silva sobre como refrescar nossos pets em dias de calor.